O Festival Cine Pindorama chega ao Rio de Janeiro como uma potente celebração da cultura indígena, valorizando o cinema feito por e sobre os povos originários do Brasil. O evento acontece entre os dias 07 e 09 de agosto de 2025 no Museu Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), em Botafogo, com entrada gratuita e acessibilidade garantida. Essa programação faz parte das comemorações pelo Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado mundialmente em 09 de agosto.
Durante três dias, o público poderá vivenciar uma imersão profunda na produção cinematográfica indígena, assistindo a curtas, médias e longas-metragens em um telão de LED de alta definição. O festival, além de promover exibições ao ar livre, também realiza rodas de conversa e ações afirmativas, tudo voltado para ampliar o protagonismo dos povos indígenas no cenário cultural brasileiro.
Com curadoria dedicada e participação de cineastas indígenas, o festival se torna uma oportunidade rara de conhecer narrativas autênticas, sensíveis e urgentes, contribuindo para a preservação e a difusão da rica diversidade das culturas indígenas do Brasil.
Festival Cine Pindorama celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas
O Festival Cine Pindorama foi idealizado para marcar o Dia Internacional dos Povos Indígenas com grande representatividade. A data, reconhecida pela ONU, busca dar visibilidade aos direitos, histórias e tradições dos povos indígenas ao redor do mundo. No Brasil, onde há uma diversidade enorme de etnias, essa celebração se torna ainda mais significativa.
Neste contexto, o festival atua como uma poderosa plataforma de visibilidade. Ao exibir obras dirigidas por cineastas indígenas e abordar temáticas como ancestralidade, identidade e rituais, o evento permite ao público uma conexão direta com a vivência dos povos originários. Assim, a data é celebrada não apenas com homenagens, mas com a amplificação das vozes indígenas e o fortalecimento da sua expressão cultural.
Essa proposta amplia o debate sobre o papel dos indígenas na formação do Brasil e convida o público a enxergar esses povos não apenas como parte do passado, mas como protagonistas do presente e do futuro.
O protagonismo dos povos indígenas no Brasil através do cinema
Ao destacar o audiovisual indígena, o Festival Cine Pindorama revela uma nova geração de cineastas que utilizam o cinema como ferramenta de resistência e afirmação. Filmes como “Virou Brasil”, “Wapté Mnhõnõ” e “Zawxiperkwer Ka’a – Guardiões da Floresta” são exemplos de obras que colocam em evidência temas fundamentais como os rituais de passagem, os desafios ambientais e a resistência cultural.
O cinema, nesse caso, vai além da arte. Ele se transforma em instrumento político e educativo, desconstruindo estereótipos e mostrando os indígenas como autores de suas próprias histórias. Essa perspectiva é essencial para desconstruir a visão colonizadora que por tanto tempo dominou as narrativas sobre os povos originários.
Além disso, a curadoria do evento contou com o apoio do projeto Vídeo nas Aldeias, de Vincent Carelli, um dos principais acervos de cinema indígena do país, garantindo uma seleção de altíssima qualidade e relevância histórica e cultural.
Cultura indígena em destaque no Rio de Janeiro – Festival Cine Pindorama
O Festival Cine Pindorama transforma o Museu Nacional dos Povos Indígenas, localizado em Botafogo, em um verdadeiro ponto de encontro entre culturas, saberes e vivências. A escolha do local é simbólica: trata-se de um espaço dedicado à memória, à arte e à presença viva dos povos indígenas no Brasil.
Durante o evento, o espaço se abrirá para receber até 1.600 pessoas ao longo das sessões, com uma estrutura que inclui 200 cadeiras por exibição e telão de LED de 6 metros por 3 metros. Todos os ambientes serão acessíveis, com intérpretes de Libras e uma equipe especializada em inclusão, garantindo a participação de todos.
Mais do que exibir filmes, o festival busca gerar experiências coletivas. As rodas de conversa com lideranças indígenas, artistas e especialistas promovem a escuta ativa e o diálogo, reforçando a importância da cultura como espaço de construção democrática.
Rodas de conversa: espaço para troca e escuta
Um dos destaques do Festival Cine Pindorama são as rodas de conversa, mediadas pela artista indígena Ana Maria Kariri, da etnia Kariri (PB), uma das principais lideranças do Coletivo Tuxáua. Ana Maria é escritora premiada, multiartista e defensora incansável da valorização das identidades indígenas.
Após as sessões de cinema, os debates propõem reflexões sobre os filmes apresentados, além de aprofundar questões como o direito à terra, a preservação da floresta e os desafios enfrentados pelas comunidades indígenas. A troca entre artistas, líderes e o público cria um ambiente de construção coletiva de conhecimento e empatia.
Para Ana Maria, “as rodas de conversa são essenciais para a preservação das nossas identidades”. E o festival abraça essa visão ao proporcionar espaços de diálogo que fortalecem o papel dos indígenas na construção de uma sociedade mais justa e plural.
A importância do audiovisual indígena na cultura brasileira – Festival Cine Pindorama
Nos últimos anos, o audiovisual indígena tem conquistado reconhecimento dentro e fora do Brasil. O Festival Cine Pindorama é mais um passo nesse processo de valorização, oferecendo um palco aberto e respeitoso para que as produções indígenas alcancem novos públicos.
Por meio da linguagem do cinema, os povos originários conseguem mostrar suas realidades de forma sensível e poética, desconstruindo visões coloniais e assumindo o controle sobre suas narrativas. O público, por sua vez, tem a chance de acessar um Brasil invisível para a maioria dos meios de comunicação.
Ao integrar diferentes expressões artísticas, como documentários, animações e ficções, o festival mostra a riqueza da cultura indígena e reforça sua contribuição única para o patrimônio cultural do país.
Um festival para todos: acessibilidade e continuidade
Outro ponto alto do Festival Cine Pindorama é o seu compromisso com a inclusão e acessibilidade. Além de contar com equipe capacitada, intérpretes de Libras e estrutura adaptada, a produção inclui pessoas com deficiência na equipe organizadora, promovendo uma verdadeira integração.
O festival também se propõe a ser itinerante, levando o cinema indígena para diferentes regiões do Rio de Janeiro e do Brasil. Isso garante continuidade ao projeto e amplia o alcance das obras apresentadas, contribuindo para formar uma rede de fomento ao audiovisual indígena no país.
Essa proposta se alinha aos objetivos do projeto idealizado por Régis Kamaiurá, liderança indígena do Amazonas, que destaca: “Nossa missão é dar voz aos povos originários, valorizando suas narrativas e sua presença na construção do futuro do Brasil”.
Conclusão: o Festival Cine Pindorama como ferramenta de transformação
O Festival Cine Pindorama é mais do que um evento cultural. Ele é um ato de resistência, afirmação e valorização dos povos indígenas. Em um momento em que o Brasil precisa rever sua relação com suas origens, o festival se apresenta como um instrumento essencial de transformação social e cultural.
Ao unir cinema, diálogo, acessibilidade e inclusão, o evento reforça a importância da diversidade na produção cultural brasileira e aponta caminhos para um futuro mais justo, onde todas as vozes possam ser ouvidas e respeitadas.
Se você está no Rio de Janeiro em agosto, não deixe de participar. Apoiar o Festival Cine Pindorama é também apoiar a luta dos povos indígenas e a valorização da cultura brasileira em sua essência mais ancestral.
Perguntas frequentes (FAQ)
1. Onde acontece o Festival Cine Pindorama?
O festival será realizado no Museu Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), em Botafogo, Rio de Janeiro.
2. O evento é gratuito?
Sim, todas as sessões de cinema e rodas de conversa têm entrada gratuita.
3. Quais tipos de filmes serão exibidos?
O festival exibirá curtas, médias e longas-metragens, incluindo documentários e animações, com temáticas indígenas.
4. O festival é acessível para pessoas com deficiência?
Sim, contará com intérpretes de Libras, estrutura adaptada e equipe treinada em acessibilidade.
5. Haverá mais edições do Festival Cine Pindorama?
Sim, o evento tem caráter itinerante e pretende circular por outras cidades do Rio de Janeiro e do Brasil.
6. Quem organiza o festival?
A produção é da Flores & Filmes Tribais e do Coletivo Indivisual, com apoio do Museu Nacional dos Povos Indígenas e outras instituições culturais.
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SERVIÇO
Festival Cine Pindorama: Um Tributo ao Audiovisual Indígena
Datas: 07, 08 e 09 de agosto de 2025
Local: Museu Nacional dos Povos Indígenas (Antigo Museu do Índio)
Endereço: Rua das Palmeiras, 55
Botafogo – Rio de Janeiro – RJ
Horário: A partir das 14h30 / 17H Rodas de Conversa
Andre Borges, historiador e pesquisador sobre o Rio de Janeiro. Eu sempre gostei da história do Rio de Janeiro, queria contribuir para a cidade, mas não sabia como, queria uma maneira lúdica de contar a história desta cidade e informar, aí veio a ideia do Blog Giro 0800.
