Nosso Samba tá na Rua é uma roda de samba só de mulheres comandada pela querida Marina Íris.
Samba, gastronomia e muitas homenagens a grandes figuras do Samba.
No princípio era a mulher. O mito da criação do samba conta que ele nasceu em torno de uma delas, a grande mãe Tia Ciata — na verdade uma das muitas tias (quase todas) baianas que articulavam organicamente pela cidade uma rede negra, (afro)religiosa, de batuques e saberes em suas casas. Era nesse espaço de encontro, entre a festa e o rito, que se deu a alquimia que viria a resultar no samba.
Apesar da liderança inegável que exerciam em suas comunidades e especificamente no contexto do samba, mulheres como Ciata — e mais tarde outras como Surica e Doca (na Portela), ou Neuma e Zica (na Mangueira) — não tinham direito à voz ativa no discurso artístico, nas letras de música.
Nas escolas de samba, assumiam papéis coadjuvantes, apesar de fundamentais, de pastoras ou baianas (matriarcas portadoras da tradição, remetendo às origens do gênero), diluídas na coletividade. Ou, com atenção individual, como figuras de beleza, da graça feminina, reflexo de um olhar masculino: porta-bandeiras, destaques ou passistas.
Nas rodas de samba, sua função era mais agregadora e relacionada com o entorno do samba (a organização dos encontros, a comida que era servida ali) do que com a música propriamente dita. “Pagode do Vavá”, de Paulinho da Viola, é precisa ao documentar esse cenário, como crônica: “Provei do famoso feijão da Vicentina/ Só quem é da Portela é que sabe que a coisa é divina”.
Fonte: geledes.org.br
SERVIÇO
NOSSO SAMBA TÁ NA RUA
Data: 24/03/2022
Local: Praça Tiradentes
Centro – Rio de Janeiro – RJ
Horário: 18 horas
Andre Borges, historiador e pesquisador sobre o Rio de Janeiro. Eu sempre gostei da história do Rio de Janeiro, queria contribuir para a cidade, mas não sabia como, queria uma maneira lúdica de contar a história desta cidade e informar, aí veio a ideia do Blog Giro 0800.